segunda-feira, 24 de março de 2008

Rebanho


Somos como ovelhas de um mesmo rebanho, iguais aos olhos do criador.
Andamos juntas, pelos mesmos caminhos que já foram feitos há tanto tempo pelos ancestrais.
E continuamos andando, seguindo, errando.
Como se nada pudesse ser inventado.
Como se tudo não passasse de uma cópia.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Desenhado

Você parecia um daqueles desenhos dos mangás que costumava ler. Ou ao menos é assim que eu lembro de você.
Aquele sorriso raro, ou os cabelos compridos e meio revoltos; a forma como você costumava fechar os olhos enquanto os raios do sol batiam sobre os poucos pelos da sua face. Sempre achei engraçado o jeito que você sentava todo torto na cadeira.
Os gestos tão fracos e lentos, que pareciam durar uma eternidade.
Parecia que você tinha sido desenhado com nanquim. Um pouco borrado nos contornos, mas delicado. Era um desenho perfeito, pintado pelo melhor artista.
E agora dá saudade.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Questão de fé

É estranho quando imagino a sua voz, ou o seu olhar admirado. É confuso quando tento prever alguns dos seus gestos ou suas reações. Quando vejo alguém passando na rua, penso se lhe agradaria.
Travo batalhas imaginárias onde os diálogos são apenas com você.
E sua voz é doce.
Quando as prateleiras de livros passam pelos meus olhos, pego-me pensando sobre qual você escolheria. Se isto lhe agradaria, se aquilo lhe magoaria.
E quanto mais eu penso nisso, mais ilógico me parece. Porque é como se você não existisse; como se fizesse parte de mim, da minha imaginação.
Mas é preciso tocar para saber se é real?, me pergunto. Mas nunca encontro uma resposta pra isso. É como a leve questão que você sempre levanta, como tudo o que aprendemos. É complexo.
Não sei ainda por quanto tempo serei capaz de crer para ver.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Percepções

Foi apenas pelo cheiro do chá na cozinha que eu me dei conta de que estava tudo voltando ao normal. Às vezes parece que as coisas demoram para se adequar.

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É estranho quando um louco lhe chama de louca. Não é a toa que dizem que os semelhantes se reconhecem de longe.

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Pessoas apaixonadas são patéticas. E melosas. E felizes.

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É idiota entender que a vida não tem apenas uma verdade. É estranho quando se passa um tempo sem ver determinadas pessoas. É constrangedor quando se tenta recuperar o tempo perdido. É falha qualquer palavra numa hora dessas.

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Sabe quando você percebe que fez burrada? Que deixou de colocar aquilo que devia no que escreveu? Ou que ficou muito vaga naquilo que tentou caracterizar? Pois é. Ninguém nunca disse que seria fácil ser julgada.

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Liberdade é bem mais do que uma palavra de quatro sílabas vaga e enfadonha. É uma opção.

sexta-feira, 7 de março de 2008

De palavras e projetos

Às vezes as recordações machucam. Principalmente quando uma palavra vem sem querer e faz lembrar de algo que ainda não cicatrizou. Poemas e Vinicius de Moraes não combinam muito bem. Não quando tudo parece muito recente.
Porque por mais que os anos passem, certas pessoas se imortalizam na nossa alma.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Coisas de segunda-feira ( em TPM)

* Acordar sem saber onde se está;

* Achar-se terrivelmente feia, com olheiras e o rosto amassado;

* Custar pra entrar na roupa;

* Correr pra pegar o ônibus;

* Demorar pra encontrar a chave do trabalho;

* Atender o telefone com a voz rouca;

* Desligar antes do chefe dizer tchau;

* Evitar as pessoas no elevador;

* Evitar as pessoas em qualquer lugar;

* Unir as sobrancelhas pra que ninguém pergunte como foi o final de semana;

* Resmungar muito;

* Não querer pensar na aula no final do dia;

* Tentar escrever no blog pra relaxar e descobrir que não gostou de uma palavra do que digitou.