quarta-feira, 23 de abril de 2008

De todos os pecados

Os lábios nunca disseram Porque. Era simples assim, não havia nenhuma explicação plausível. Elas estavam juntas, e era isso que interessava. Os corpos, os desejos. Os pecados. O que elas faziam fechadas naquele quarto não importava a mais ninguém.

A pele marcada, os arranhões, o cheiro animal. Nada disso realmente tinha valor algum, porque não era por isso que elas se encontravam. Casualidade? Talvez. Estava mais para uma necessidade. Necessidade de existência, de abalar valores, de mostrar que elas nadavam contra a maré púdica de máscaras falsas.

Era a necessidade de mentir.

Elas viviam isso a cada instante, a cada olhar, a cada suspiro. E, por todos os dias que elas não se viam, abria uma brecha para as dúvidas, para os rancores. Era quando elas não se viam que realmente nascia a vontade de saber por que. Apenas quando não estavam uma nos braços da outra que os lábios procuravam respostas há muito indesejadas. Era apenas quando elas estavam separadas que nascia o arrependimento por ter acreditado que elas poderiam, algum dia, encontrar a felicidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

“A realidade me impulsiona adiante,
cheias de vultos sem rostos,
não quero dar desgosto,
mas vou ser uma face com rosto!


O coração apaixonado e meus beijos perdidos,
onde estão?
Pressionados pelo acaso,
dos que tentam fazer,
meu sonho esquecer.


Desilusão!!
Então...
meu olhar procura,
uma esperança de me aliviar,
trazer de volta a ilusão,
meu mar acalmar,
na lembrança de tentar,
um vulto aparentar,
mais fácil...
não vou negar!!


Troco meus sonhos para me adequar?
Não!! Cansei de esperar...


Escondo o que não querem ver?
Não, mostro o meu ser,
pra quem quer ver.
Compreender...?


Deixei de tentar querer,
agora eu faço, me deleguei o poder.
e no beijo,
aquele que não pude ter,
que tanto esperei...
a minha face encontrei!!
não tenho mais medo de ser,
agora sou.”