segunda-feira, 9 de junho de 2008

1989



O céu estava daquele jeito que você mais gostava, com nuvens grandes e fofinhas, manchadas de púrpura. Era um belo nascer do sol, apesar do frio que impregnava em meus ossos. E o vento ainda guardava aquele hálito demoníaco da noite, o cheiro de orvalho era o mais breve dos perfumes.

E seus olhos contaram. Que você amaria pro resto da sua vida os dias como aquele. Que sua cor preferida sempre seria púrpura. Que, apesar de tudo o que estava acontecendo, você era feliz. Ao meu lado.

Seus olhos contavam tanto, que eu tinha medo de acabar deixando algum detalhe importante passar. Eu sabia que nunca conseguiria captar todos os nuances dos teus orbes, e sabia que um dia você lembraria daquele instante em que dividimos bem mais do que sonhos.

Tento dizer que acordo mais cedo por hábito, mas a verdade é que sinto saudade. E mesmo que todos os sóis do universo despontando no horizonte não possam trazer você de volta, eu continuo a espionar pela mesma janela todas as manhãs.

Um comentário:

*.* Dessa *.* disse...

correndo o risco de me tornar repetitiva vou ter que parabenizar novamente você e seus textos maravilhosos coração! Como sempre, profundos, reais e belos!