quinta-feira, 30 de julho de 2009

Atentado

Antes o tempo era apenas uma constatação, ultimamente ele tem sido uma preocupação.
Sempre achei o frio bonito. Depois deste mês, ele passou a ser uma realidade dolorosa.
São as coisas repetidas que mais me abalam; aquelas verdades que aparecem diversas vezes em minha vida e que bordam ao meu redor um padrão nada concreto e muito desconcertante.
Tragam-me verdades diferentes, desta vez.
Eu aprendi a perdoar os fracassos dos outros depois de perceber que os meus são insuportavelmente mais difíceis de serem perdoados.
Esses dias eu me perguntei quem choraria no meu enterro
[não um futuro, mas num agora hipotético.]
Descobri que não quero pagar pra ver isso.
Ontem a noite eu me peguei olhando meu céu particular. Fiquei absorta por breves segundos numa esfera totalmente minha e de mais ninguém.
Acho que não conseguiria, jamais, perder estes momentos comigo mesma.
Eu sei lá o que eu tinha imaginado à respeito daquelas figuras pálidas que não passavam de nomes em minhas lembranças.
Mas com certeza não foram sorrisos tão familiares num domingo pré-apocalipse.
Eu sinto falta das pessoas bem mais do que deveria ou do que estas pessoas mereceriam. Mas não quero reencontra-las; não quero voltar a vê-las.
Melhor guarda-las na minha lembrança do que perceber que elas já não existem mais.

2 comentários:

bruna disse...

I´m coming back.
I promise you.

jls disse...

Nada mais agradável e desconcertante do que olhar para dentro de si nem que seja por meros instantes, muitas vezes dolorosos, e encontrar algumas verdades, até mesmo mentiras... Quem realmete muda? NÓS ou O QUE VEMOS? Estar consigo mesmo e ver o mundo com suas cores e sabores... Por vezes esquecemos que não somos apenas o observador, mas também o observado... õ/ saudades..! ^^