sábado, 7 de novembro de 2009

Silent pain


O meu silêncio te incomodou, eu sei. E sei que minha imagem sonhadora não lhe deixou nenhuma outra alternativa a não ser a de se afastar.
Eu posso mentir que foi o calor daquele dia - estava mesmo quente, mas isso não passaria de uma falsa desculpa. Eu também posso dizer que foram os hormônios - e de certa forma, também estaria mentindo.
Foi consciente.
Eu quis me afastar de você porque a sua felicidade me parecia estranhamente fora de lugar, erradamente gostosa e possivelmente profana. E eu não aguentaria mais nem um minuto olhando seu sorriso nostálgico. Eu não me aguentaria ai, entre o seu dia perfeito e a minha estranha filosofia mal acabada.
Eu não conseguiria me conter, e provavelmente choraria diante da aberração que aquele momento me pareceu. E você certamente me perguntaria por que eu estava chorando e eu não conseguiria mentir e diria que era por sua causa. Daí, eu pegaria na sua mão - ou pasme!, repousaria minha cabeça em seu peito - e deixaria toda a minha inconformidade sair em jorros bem pequeninhos, molhando todo o meu rosto.
E você ficaria aturdido; e eu, mortificada.
E não seríamos nós dois, mesmo sendo, entende?
Eu sei que meu silêncio te incomodou, mas certamente minha fraqueza te assustaria. E ainda não chegou a hora de nenhum de nós descobrir as fraquezas do outro.
Ainda não.

Um comentário:

jls disse...

Nossa Sam,=O eu fiquei emocionanda mesmo!!! Pude sentir cada leve e profunda fisgada desses sentimetos tão abstratos... Bem, por vezes o silêncio é a opção mais plausível, mas não a menos dolorida...
Saudades ;*