Os pés avançaram pelas calçadas numa velocidade própria. Direito. Esquerdo. Leves foram as batidas que eles pronunciaram no chão. Como palavras silenciadas em um momento de euforia.
E o céu? Diria que a luz emitida pelo Sol não conseguiu produzir seu efeito mais devastador, e tudo continuou levemente esbranquiçado. A claridade que venceu aquelas barreiras de vapor pintou o dia de delírio.
E o espírito seguiu a vontade que nascia de algum lugar onde o interno se funde com o externo. Sem palavras. Não havia nada para ser dito. Nada de importante conseguiu se formar na ponta da língua. Os lábios foram os carcereiros dos murmúrios e das frases desconexas. Tão rosados como deveriam ser..UMA COR.amarelo
No coração da cidade estavam estendidas as barracas. Velhos hábitos. Novos motivos.
.UMA SENSAÇÃO.
confusão
E todas as máscaras se misturaram. Deus & Ciência expostos sobre uma mesma lâmina de madeira forrada. Verdades prontas para serem destruídas. Conceitos prontos para serem abalados. Mas os pés continuaram, a despeito de qualquer pedido dos olhos e da atenção. Eles seguiram pelas pedras disformes, como se já soubessem onde queriam chegar.
.UMA PALAVRA.
destino
E tudo se fez de dúvidas quando eles pararam. As mãos seguiram o impulso inconsciente de tomar aquelas folhas nas mãos. Não como o personagem descrito entre mil e um adjetivos na orelha da capa, mas como uma curiosa. A menina não roubou o livro naquela tarde. Pagou por ele com uma palavra dúbia.
.UMA HESITAÇÃO.
vale à pena?
O dinheiro foi entregue e os pés continuaram seu percurso até um banco. Descansaram mais um pouco, enquanto milhares de palavras se formavam na mente. Entre elas o arrependimento.
Livro e vontade se fitaram por um momento. Uma queda-de-braço. Um sorriso brotou entre os lábios e a vontade se calou. Quem ganhou? Os dois.
As mãos apertaram o livro com mais força.
.UMA CERTEZA.
ela não ia se arrepender
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