segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Boa sorte

Tenho pensado sobre oportunidades – e tudo aquilo que elas não me deixaram ter; naquilo que elas me mostram por trás da redoma só pra dizer no meu ouvido que aquilo não é pra mim.

E mais uma vez tenho me parabenizado por conseguir manter tudo afastado, e por conseguir fazer, de uma vez por todas, que eu mesma entenda que a culpa desse caos em que eu vivo não é minha: é das oportunidades.

Foram elas que me lançaram pra dentro de uma jaula de pessoas estranhas – e por culpa dessas oportunidades foi que me saturei de olhares e de sorrisos seus. É bem mais fácil quando você para pra pensar e percebe que estas malditas sempre arranjam um jeito de passar uma rasteira na nossa felicidade.

Sim, elas são miseráveis – muito mais do que eu ou você, pode acreditar.

Acho que você entende o que quero falar, não é? Você também sentiu o cheiro da verdade naquela tarde fria; e você sabe o que significa que as oportunidades tiraram de nós, não é?

Claro que você entende, porque não foi o único que amaldiçoou tudo aquilo com um olhar de adeus dentro do ônibus. Você sempre soube o que aquela oportunidade em específica significava. E com certeza não era um “viveram felizes para sempre”.

Boa sorte para nós, agora.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A Sunday Smile


Quer saber a verdade? Não é justo contigo que diga que foi amor a primeira vista. Lembra-se da careta que fiz quando nos apresentaram? Acho que eu estava fadada a te odiar, ou ao menos te ignorar, desde o primeiro olhar trocado entre aquelas paredes de vidros.

Hoje eu até entendo que foi tudo planejado pra nós dois: se eu tivesse te conhecido direito naqueles primeiros dias provavelmente nunca mais fosse querer te ver outra vez. Não que eu não goste de você; muito pelo contrário, aliás. É que daria medo, entende? Eu me assustaria se você simplesmente começasse a ser importante pra mim de uma hora para outra. Eu te odiava porque sabia que no momento que eu resolvesse confessar pra mim mesma que gostava de você seria inevitável não me sentir frágil e carente.

Só que os dias me mostraram, não é? Que apesar de tudo, ainda eram os teus olhos que eu procurava enquanto deixava o pensamento vagar nas tardes quentes, que era você quem eu queria encontrar nos corredores, que era o teu bom dia que me colocaria um sorriso na face.

Quer mais um segredo? Passei a gostar do som do acordeão por tua causa. Quando fecho os olhos, consigo te imaginar escorregando os dedos pra lá e pra cá, enquanto teu corpo se mexe levemente ao som que você dá vida. E toda a vez que eu faço este pequeno exercício de bem-estar, me vem a certeza de que eu quero saber mais, quero ficar mais, quero escutar mais. De você. A despeito do meu medo inicial e de tudo o que eu tinha prometido pra mim mesma naquela primeira vez que eu te vi.

O que nós dois temos pra viver é como vinho, daqueles que só melhoram com o tempo.

E eu estou disposta a beber toda a garrafa, sem medo da ressaca, sem medo do sorriso do dia seguinte.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ensaio sobre o Tempo

"As coisas são o que são, Pequeno Rei. Não existe uma fórmula mágica para conseguir aquilo que se deseja se não estiver no seu destino possuir tal coisa. Não é como uma questão de merecimento; você não merece o amor de uma pessoa por aquilo que faz, apesar de tudo. Você não conquista uma pessoa apenas pelos seus atos. Existem laços, meu pequeno, que não são explicáveis. Há coisas além da sua imaginação, coisas mais antigas e mais perfeitas que o próprio Universo.
Por isso não se culpe por ter tomado uma decisão precipitada. Se ela lhe parece errada agora, foi a mais certa naquele momento."